VERDADE
VERDADE
Ontem, 11/04/24, ao lavar a louça do almoço, me veio uma palavra para escrever sobre ela. Era uma palavra muito interessante, daria uma boa conversa com os meus pensamentos e um belo exercício de encontrar as palavras para escrever, em resumo um desafio, mas que eu esqueci qual seria. Quando acontece isso devo largar o que estou fazendo e logo anotar para que não acabe esquecendo. E não teve jeito, até agora, neste exato momento, que tentei lembrar da tal palavra e o que me veio na cabeça é foi VERDADE, e nem resquício da outra. Pois vai ficar para um dia, quem sabe, eu lembre dela. Como sempre digo, é porque não era a vez dela e não era pra ser.
Então vamos para a VERDADE, que é uma palavra muito complexa, no seu exato significado e do que ela representa, mas, infelizmente tão pouco usada ou falsamente usada. Está cada dia mais difícil se o que se vê e se ouve é verdadeiro ou fake (mentira, falso). Está cada dia mais difícil de se discernir do que é verdade e do que é falso, porque o falso é muito mais verdadeiro do que a própria verdade daquilo que se vê e se ouve.
A verdade quando é dita verdadeiramente com o seu real sentido e significado, até nos parece mais falso do que se estivessem nos dizendo algo falso. O desconfiômetro está sempre ligado e acionado nos momentos que precisamos estar alertas para não passarmos por babacas, idiotas e tantos predicados e adjetivos bondosos, queridos e amáveis que representa uma pessoa que não consegue identificar o que é falso do que é verdadeiro. Assim criamos uma carapuça que nos protege, nos isola de todo e qualquer sinal de engano.
As pessoas estão se armando, se programando com defesas homéricas para não se passarem por abestalhados que são passados para trás por qualquer pessoa e por qualquer tolo motivo. Eis o motivo de termos de forma avassaladora e triste pessoas com menos interesses pelas coisas da vida, porque perdem a confiança no outro, perdem a confiança nas coisas, perdem a confiança em si mesmo, deixando de ser ele mesmo, para se transformar num autômato, num robô, que nada sente, que nada absorve, que bate nele e volta, pois a carcaça está imune a todo e qualquer tipo de animosidade, palavras, situações que se apresente diante dele.
A verdade sendo extirpada de forma galopante da vida das pessoas, por descrença, por falta de confiança, por excessos de falsidades que aparecem à frente de quem pensa ser do bem e já tem dúvida se vale a pena manter-se do bem ou passar para o lado do mal para se dar bem e viver mais a vida, como tantos exemplos que se tem, que se vê, que se mostram diante de nós. A verdade deve prevalecer sempre, pelo menos foi isso que meus pais me disseram. Ser verdadeiro é ser honesto em tudo que se faz, em tudo que se vivencia, não para os outros, mas para si mesmo, para poder viver uma vida tranquila, em paz, em total serenidade sem pensar que está fazendo algo errado e comprometendo o seu modo de viver. Tem muitas pessoas que fazem questão de se mostrarem em suas atitudes, em suas realizações, em tudo que fizer, para os outros, como forma de tentar conquistar a credibilidade e amizade dos outros. Ontem mesmo escutei de meu filho que eu já estava sendo exagerado postando tudo que estava fazendo , quando mandei as fotos dos pastéis sem glúten, e posto tudo que tenho feito sem glúten, que agora é a minha realidade, é a minha verdade, não para me mostrar para os outros, e sim para que alcance essas pessoas que podem estar passando pelo mesmo problema o qual eu estava passando, e nestes últimos 23 dias está mudando completamente minha maneira de viver e meu corpo já correspondendo. O que é bom devemos divulgar, devemos mostrar, não para nos engrandecermos, mas para mostrar às pessoas que tudo pode dar certo, para mostrar a minha, a nossa verdade para que outras possam usufruir das mesmas verdades.
Já tive vários problemas em casa, em sala de aula, com colegas, na igreja por eu ser sincero demais, digo as verdades, na intenção de ajudar, tentando mostrar às pessoas o meu ponto de vista em relação às coisas que se apresentavam a mim, e eu, na tentativa de ajudar, dizia abertamente o que incomodava as pessoas e muitas vezes até perdi amizade, colegas e quem não entendeu a minha real intenção, pessoas que não acreditam na verdade e esperam ladainha, esperam palavras falsas e de faz de conta, ao invés da verdade. Mas nunca me importei com o resultado, pois era a total expressão da verdade. Teria vários casos a relatar, mas vou citar apenas dois momentos: um deles meu alunos me reclamaram e comentaram que a professora de português repetia muitas vezes a palavra NEH (é um reforço na linguagem, que se torna cansativa, enjoativa quando repetida muitas vezes e eu cobrava deles nas apresentações que cuidassem com as repetições de neh, tah, ãããã, e tantos outros cacoetes, vícios de linguagem), e eu então, na intenção de ajudar falei pra ela - que era excelente professora e muito amiga, ou melhor, colega, porque se fosse amiga não ficaria sem falar comigo tantos meses pois entenderia o meu motivo e procuraria mudar ou me questionar - que os alunos haviam comentado da tal repetição, ela me lançou um olhar de ódio, de raiva, de tudo de ruim, e disse que era problema dela e que eu deveria me meter, virou as costas e me evitava até o outro ano, quando aos poucos fomos nos falando, mas o mais importante é que os alunos disseram que ela não repetia muito o NEH, e perguntaram se eu havia falado com ela, e eu, pra não mentir e ser verdadeiro, disse que falei e ela não falava mais comigo. Outra situação ocorreu quando minha filha ficou grávida aos 15 anos. minha esposa (ex agora) teve que recorrer a uma terapia de família, e eu muito de boa aceitei e até reformei umas peças dos fundos para ela morar e não via a hora de ver minha neta chegar para fazer o que todo vô faz e eu, apaixonado que sou e sempre fui por criança, com certeza ficaria babando. Pois bem, cancelei um turno de aula e fui na tal terapia. A talzinha me perguntou 'o que o senhor acha, pensa, sobre a sua filha com quinze anos estar grávida?', eu prontamente respondi: super normal e acho até legal, adoro criança. A reação da terapeuta foi essa, levantou da cadeira, bateu com as duas mãos na mesa e disse 'nunca, em meus 34 anos de terapia com pais eu nunca escutei um pai dizer que é normal a filha estar grávida com 15 anos'. Eu então descarreguei muitas coisas que pensava e acreditava, e ela argumentando e eu contra argumentando, até que disse a ela, eu sou sincero, e ela me disse 'não, o senhor não é sincero o senhor é mal educado', daí enfureci, e disse muitas coisas além do que lembro de ter dito: pois agora escutou, porque é o que penso... ser sincero e verdadeiro agora é ser mal educado? Eu não sou como vocês que gostam de falsidade de meias palavras para fazer bonito, mas lá dentro, no fundo não é nada daquilo que estão pensando. A mulher enlouqueceu e disse que 'podemos dizer as coisas de maneira mais sutil para não machucar as pessoas sem sermos mal educados como o senhor', eu disse que isso seria falsidade e eu não era assim. Levantei e fui embora.
Tem mais situações, mas deixa pra lá, daria um livro das tantas vezes que fui verdadeiro e me incomodei demais. As pessoas não querem mais escutar a verdade, querem e preferem bajulações e escutar o que lhes convêm e não o que de verdadeiro deve ser. Agora, mesmo já idoso, ainda passo por algumas situações constrangedoras por fazer uso da sinceridade das minhas verdades ou por ser mal educado como a terapeuta falou. Mas não preocupo, pois minha verdadeira intenção é dizer a verdade para que a pessoa possa pensar, se identificar, possa refletir e mudar. Não sou de bater nas costas e dizer que tudo vai dar certo e deixar assim. Gosto de saber da verdade das pessoas, para ajudar, isso é ser metido - a tal diria isso, que sou metido, enxerido onde não fui chamado -, mas só quero ajudar, colaborar, pois gosto de ver as pessoas felizes, mas para muitas sou inconveniente. Fazer o quê, se as pessoas estão cada vez mais desconfiadas, mais sestrosas com a bondade. Estão tão acostumadas à individualidade e ao egocentrismo que não acreditam quando alguém bondoso, de bom coração, com boas intenções se aproxima querendo ajudar.
A verdade assusta. Essa é a verdade. A verdade é uma raridade. Essa é mais uma verdade. A verdade está deixando de existir. Essa é outra verdade, para quem tem pensamentos pequenos, pensamentos ruins em relação a si e às pessoas, pois eu tenho muita fé que a verdade sempre será a verdade, e eu a usarei até o meu ultimo suspiro.
Essa é a minha verdade. Quem quiser que me aceite assim como sou, quando tiver que falar algo, falarei, quem não quiser ouvir, que se afaste de mim e procure quem lhes diga o que queres para alimentar teu ego falso e enganador. Tu que estás lendo, és verdadeiro? Se sim, continues alimentando essa verdade, se não, te analise e procure começar a ser mais verdadeiro, vais ver que faz muito bem ser usuário da VERDADE.
(texto escrito em 12/-4/2024 – 19h38)
JOSÉ FERNANDO MENDES
Enviado por JOSÉ FERNANDO MENDES em 12/04/2024