ABSTINÊNCIA DE MIM
Não sei mais o que faço
Nem mais o que penso.
Estou na total e absoluta
Abstinência de mim mesmo.
Sem saber como parar
De ser tão eu como sou,
De ser tão eu como sempre fui.
Mas, agora, sou muito mais
Do que era antes
E do que sempre fui.
Agora sou um eu mais amplo,
Mais seguro dos meus pensamentos,
Mais certo do que realmente sou,
Mais acertivo nos meus pensamentos,
Mais eu como sempre quis ser:
Sem amarras do desconhecido,
Sem refletir no quem sou eu,
Sem medir palavras para falar
O que sempre quis dizer
Sem oprimir minhas ideias
Que sempre tive e não conseguia expor,
Sem me punir por não ser
Como as pessoas queriam que eu fosse.
Hoje eu sou mais eu,
No mais completo exemplar
De um ser humano
Que sempre questionei,
Que sempre busquei entender,
E agora mais que nunca, sei
Que assim sou eu
Na plenitude de minha vida
Na total falta de abstinência de mim mesmo.

(poesia escrita em 02/11/2023)